UMA PROPOSTA PARA UTILIZAÇÃO DO LIVRO
DIDÁTICO NAS AULAS DE GEOGRAFIA
HARADA, DAYANE R. R.
NASCIMENTO, EDSON JOSÉ DO
SILVA, LUIZ HENRIQUE DA
OLIVEIRA, JULLY GABRIELA RETZLAF DE
Palavras-chave: instrumento de ensino; 6º ano; formação
dos continentes.
INTRODUÇÃO
O livro didático sempre foi e
continua a ser a principal ferramenta de uso do professor, pois é ele quem vai
dar a direção que o professor deve seguir na hora de planejar suas aulas. No
caso da geografia, o livro didático, com suas imagens e textos, permitem ao
professor, que demonstre aos alunos as paisagens, relevos, tipos de solos e
como se delimita as regiões. Por se tratar de figuras, apenas vai dar ao aluno
a impressão de como são os locais que o professor pretende demonstrar e não
pode ser entendido como real. O livro didático esta para o professor como
ferramenta principal de trabalho, tanto que para os PCNs “o livro didático é um material de
forte influência na prática de ensino brasileira. É preciso que os professores
estejam atentos à qualidade, à coerência e a eventuais restrições que
apresentem em relação aos objetivos educacionais propostos” (BRASIL, 1997. P.
69).
O que não significa que o livro didático possa ser o
único instrumento de uso do professor, mesmo sendo o livro didático um
norteador, isto significa que ele possui o conteúdo que deve ser trabalhado
durante o ano letivo, mas que o
professor possa enriquecer as aulas ao fazer uso de técnicas que envolva o uso
de outras ferramentas, como:revistas, jornais e até mesmo as informações
contidas na internet, que utilizada de forma correta, é um instrumento que deve
ser considerado, pois é uma técnica que muito chama a atenção dos alunos.
Este trabalho tem por
objetivo destacar a importância do livro didático no ensino de Geografia e
apresentar uma proposta didática para seu uso em sala de aula, apesar de frisar
que o mesmo não deve ser utilizado como único instrumento em sala de aula. As
reflexões aqui apresentadas forma elaboradas a partir das orientações dos Parâmetros
Curriculares Nacionais - PCNs, (BRASIL, 1997) e de pesquisa bibliográfica de
autores como: Antonello e Pereira (2008). Para elaboração da proposta didática
foi utilizado os livros do Projeto Araribá (2007).
FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA
Ao
elaborar o livro didático existe uma preocupação em montar e editar conteúdos
que possam ser facilmente compreendidos pelo professor e que sejam
interessantes aos alunos. O seu livro didático de Geografia traz varias
unidades que apresentam uma organização clara e regular dos estudos dos temas,
atividades, representações gráficas e compreensão de textos. Cada assunto traz
um texto introdutório para apresentação dos mesmos.
As questões propostas convidam o
aluno a analisar as imagens, embora ilustrativas, representam com fidelidade as
paisagens geográficas, e ainda a recordar o que já se sabe sobre o assunto. O
livro didático traz ainda atividades praticas que estimulam a exploração das
imagens, a interpretação de dados e tabelas, para que o aluno tire conclusões a
partir dessas análises e ainda desenvolva a habilidade da leitura de textos e
imagens.
Para
Saviani, o professor tem que saber que:
o
livro didático tem caráter estático se considerado apenas como meio: a mensagem
a ser passada pelo professor está organizada convenientemente para ser captada
pelo receptor (aluno). É fato, porém que
a mensagem cientifica precisa ser transmitida ao aluno, usando enunciado
didático (STEFANELLO, 2009, p. 84).
O autor vem demonstrar que apesar de toda a preocupação com o livro
didático, ao utiliza-lo o professor tem que ter habilidade suficiente para
aproveitar o máximo as informações que o livro dispõe. É comum nos livros
didáticos ao trabalhar florestas e matas, perceber imagens que faz referencia a
floresta Amazônica e a mata Atlântica. Até por ser duas das principais
florestas não só brasileira como mundial, é necessário que estes sejam
mencionados, mas é necessário que o professor faça uma contextualização com os
tipos de matas que temos na região, no nosso caso também é mata Atlântica, fazendo
ainda um parâmetro com o que levou ao desmatamento ocorrido em nossa região, já
que aqui, essas matas cedeu lugar a agricultura.
Informações esta que nem sempre vem
destacada dessa forma no livro didático, mas que não deve coibir o uso do
mesmo, pois ao entrar na sala de aula, o professor deve levar consigo o livro
didático. Pois o seu trabalho deve ser baseado nos capítulos do livro didático,
que vai dar ao professor uma sequencia lógica de como trabalhar as regiões, os
diferentes tipos de relevos, os climas, as paisagens, etc... Para Antonello e
Pereira:
As explanações inerentes ao livro didático
dão conta de quanto essa ferramenta didática tornou se âncora de fixação de
recursos nas escolas, e apesar de saber que tal recurso é de extrema utilidade,
infelizmente ele acabou por se tornar a única tabua de salvação enquanto
expediente dentro da sala de aula’. (2008, p. 277).
Segundo os autores supracitados, o
livro didático ao ser usado como única forma de ensino aprendizagem, faz com
que o professor deixe de oferecer ao aluno um conteúdo que possa ser mais
completo, uma vez que o livro didático, apesar de ser a base de ensino para o
professor, precisa ser complementado com informações que surgem a cada dia,
tornando a aula mais interativa. Já que hoje os alunos são muito informados e é
preciso que o professor acompanhe constantemente o que acontece na mídia, de
acordo com os assuntos que surgem no dia a dia. No entendimento de Oliveira:
O que ocorre na realidade é que os
professores (todos), obviamente os de geografia também, estão envolvidos num
processo dialético de dominação, qual seja o professor foi educado a ensinar
sem por em questão o conteúdo dos livros didáticos, sem que o produto final de
seus ensinamentos fosse ferramentas com as quais eles e seus alunos vão
transformar o ensino que praticam e, certamente, a sociedade em que vivem. Ou
por outras palavras, os professores e os alunos são treinados a não pensar
sobre e o que é ensinado e sim, a repetir pura e simplesmente o que é ensinado.
(2010, p. 28).
Essa questão do professor e do ensino estar voltado para um sistema onde
se busca ensinar sem dar ao aluno o direito de pensar, de entender o que esta
estudando durante muito tempo veio a tomar conta do ensino, onde de certa forma
era cômodo, já que não havia cobrança para que se buscasse outra forma de
ensino, e este acabou por criar um vicio de ensino onde o professor se acomoda
e os alunos acabam aceitando essa forma de ensinar sem se preocupar em
aprender. Quanto aos alunos é normal que estes não percebam o que esta
acontecendo dentro do ensino, e no sentido de a aula não ter o andamento que o
ensino precisa para dar ao aluno a base necessária para seu aprendizado, é uma
falha que estes só vão perceber com o tempo, quando chegar a hora de prestar um
vestibular ou ter que enfrentar algum tipo de concorrência (OLIVEIRA, 2010).
Além do livro didático deve se
buscar sempre uma forma de complementar o livro didático, e opções não faltam.
Hoje temos a internet que se tornou ferramenta indispensável a quase todos os
alunos e professores, e na maioria das vezes, trazem questionamentos que vem
dessa mídia para o professor, por isso, este precisa estar se atualizando.
Também as mídias impressas como revistas e jornais, alem de musicas e poemas
podem ser usadas em sala de aula, pois, com estes recursos, se consegue
trabalhar desde a atualidade até mesmo buscar dados comparativos de outras
épocas ou regiões, desde que o professor tenha tempo e disponibilidade para
trabalhar com estes recursos. Para Antonello e Pereira (2008), ao trabalhar com
outros recursos, o professor alem de enriquecer sua aula, tornando a mais
atrativa, ainda melhora o aprendizado do aluno, melhorando seu conhecimento e
tornando o mais critico, pois ao adquirir mais conhecimento percebem-se as
diferenças sociais, como elas acontecem e consequentemente as possibilidades de
mudanças, que só é possível via educação.
Antonello e Pereira (2008. p. 278)
sugerem a utilização de outras ferramentas importantes e indispensáveis para a
ajuda na construção do saber, e que estariam concentradas no uso de filmes (ou
documentários), recursos literários ou intervenções criptográficas. Essas
ferramentas poderiam ter o poder de elevar o senso critico dos alunos e a
utilização de recursos de imagens produções literárias seria, assim, uma opção
para uma nova maneira de mostrar os conceitos em questão.
O livro didático tem os atributos necessários para o professor ministrar
uma boa aula, desde que interprete o conteúdo com maestria. O maior problema
das aulas tem sido o uso inadequado do livro didático, que não tem sido
observado ou seguido de forma correta, acarretando ao mesmo a fama de vilão no
ensino. A partir do momento em que este for utilizado de forma correta, o
ensino tende a ser mais bem aproveitado. Para Castrogiovanni e Goulart (2008),
“è de fundamental importância que o livro didático permita ao professor e aos
alunos desenvolverem sua criatividade: portanto, não se deve apresentar textos
e exercícios que contenham ideias prontas, fechadas ou ilimitadas”. De acordo
com os autores, o que esta faltando ao livro didático e a educação,
principalmente no caso da Geografia, e dar ao aluno a opção de pensar, de
aprender a ser critico, para com isso, criar um interesse do aluno nas aulas.
Neste caso o ideal é que além do livro didático, o professor também
trabalhe outras técnicas, que em nada vai diminuir o livro didático, muito pelo
contrario, vai ajudar a enriquecer os assuntos apresentados por este, e vai
facilitar muito mais o entendimento do que vai ser trabalhado na sala de aula.
Sempre tendo o livro didático como referencia sobre o que trabalhar.
PROPOSTA DIDÁTICA
A seguir
será apresentada uma proposta didática para o professor de Geografia utilizar o
livro do 6º ano do Projeto Araribá, no conteúdo de “Como se formaram os
continentes da Terra”.
O livro traz uma linguagem simples, bem atual e conta como o cientista
alemão Alfred Wegener desenvolveu a teoria chamada de Deriva continental.
O Continente Pangeia: o livro faz uma narrativa sobre a teoria da deriva
continental, inclusive explicando que a 300 milhões de anos a terra era só um
continente chamado Pangeia. O livro vem colocar que após observar à costa leste
da America do sul e a costa oeste do continente africano, como se no passado
fossem um só. Vem ainda observar que muitos dos animais que existiam em um
continente também existiam no outro.
A fragmentação do Pangeia: O livro traz uma explicação como ocorreu a
fragmentação do Pangeia, se transformando em dois continentes: Laurasia e
Gondwana. E que esses dois blocos teriam se afastado lentamente e se dividido,
dando origem aos atuais continentes.
Através de figuras (imagens ilustrativas), o livro didático traz os
continentes desde o início, demonstrando como se fragmentaram passo a passo,
demonstrando como ocorreu a deriva continental até chegar à formação atual,
inclusive destacando que as mudanças ocorrem em milhões de anos, que não foi
uma coisa que apareceu de uma hora para outra.
O livro didático traz ainda 02 perguntas sobre a deriva continental,
inclusive perguntas bem elaboradas tipo:
a) com
base em quais fatos Alfred Wegerner desenvolveu seus estudos cobre a deriva
continental?
b) quais
as principais diferenças entre a distribuição atual dos blocos continentais e a
forma como teria sido a 230 milhões de anos?
O livro
didático traz ainda uma atividade para ser aplicada de forma oral para os
alunos, onde o professor deve indagar quais continentes se formaram a partir dos
continentes Gondwana e Pangeia?
O livro didático traz ainda curiosidades sobre pequenos animais e
plantas, que foram encontrados na America do Sul e na África, e que por serem
pequenos, não teriam como ter voado ou nadado por mais de 3200 km, comprovando
assim sua teoria sobre a deriva continental.
Ao trabalhar o livro didático o professor deve iniciar a leitura do
mesmo com os alunos, fazendo pausas para explicar as informações mais
relevantes. Nas figuras que retratam a formação dos continentes, desde os
primórdios até a configuração atual, o professor deve reproduzir as mesmas no
quadro através da montagem das partes em E.V.A de cores distintas para
exemplificar o assunto porém em escala maior para melhor compreensão e
visualização. Neste momento os alunos podem pesquisar no livro didático
característica de cada período de formação dos continentes e então escrever as
informações no quadro (ver o aluno que voluntariamente topa escrever no
quadro). Para casa, sugere-se que os alunos confeccionem um painel contendo uma
das etapas de formação dos continentes, contendo imagens, curiosidades,
característica do período e a posição do Brasil.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao
considerar as afirmações de Saviani, um dos autores mais conceituados em
didática, ao afirmar que o professor deve ter um cuidado na forma de utilizar o
livro didático, entende-se o que ocorre hoje na utilização dessa ferramenta.
Tanto Antonello e Pereira (2008)
como Oliveira (2010) destacam, a intenção de parte dos professores de estar
utilizando o livro didático como ferramenta única em sala de aula, e que este não
tem sido utilizado de forma correta, o que tem causado grande prejuízo ao
ensino e aos alunos.
O ideal é
que o professor utilize sim o livro didático como norteador, e que faça uso de
técnicas que auxiliem na aprendizagem dos alunos, já que essas técnicas
facilitam muito a dinâmica do ensino, como traz uma interação maior entre o
professor e os alunos no dia a dia e nos assuntos trabalhados. Portanto, cabe aos professores fazer
uso do livro didático, mas sempre atento a necessidade de utilizar outras técnicas para facilitar a didática em
sala de aula, como também procurando melhorar a qualidade do conteúdos que o
professor apresenta aos alunos.
REFERENCIAS
ANTONELLO, I. T.; PEREIRA, V. A. A compreensão de conceitos Geográficos mediante a utilização da
narrativa literária. In.: GRATÃO, L. H.
B.; CALVENTE, M. C.. H.; ARCHELA, R. S. Múltiplas
Geografias: ensino-pesquisa-reflexão.
Vol. V, Londrina: Ed. Humanidades, 2008.
BRASIL.
Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares
nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.
126p.
CASTROGIOVANNI, A. C.; GOULART, L. B. A questão do livro didático em Geografia:
Elementos para uma análise: In: Geografia em salas de aulas, praticas e
reflexões; Org.: Castrogiovanni ET AL;Porto Alegre; UFRGS, 1º edição 1998.
OLIVEIRA,
A. U. Situação e Tendências da
Geografia; In.: OLIVEIRA, A. U. (Org.) Para onde vai o ensino de Geografia.
São Paulo. Contexto. 2010.
EDITORA MODERNA; Projeto Araribá Geografia; São Paulo,
Moderna, 2ª edição 2007.
STEFANELLO, A. C. Didática e Avaliação da Aprendizagem no Ensino de Geografia. São
Paulo,1ª edição, Saraiva.2009.
Olá Multiplicadora Jully, boa tarde! Venho em nome do blog Educadores Multiplicadores.
ResponderExcluirEducadora, você já conhece nossos novos parceiros?
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