segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Mundo Digital e Educação Ambiental – Uma proposta de ensino de Geografia – Conhecer para Debater em sala de aula

TEIXEIRA, Fernando de Souza
NASCIMENTO, Juliana Aparecida Gimenez do
BENEDITO, Márcia Marlete
Discentes do 4° ano de Geografia da UENP
OLIVEIRA, Jully Gabriela Retzlaf de
Orientadora, Profª do Departamento de Geografia - UENP

Significativas transformações vêm modificando os rumos da sociedade e, conseqüentemente, da educação, pois a evolução, a globalização e a informatização dos meios de comunicação são fatores essenciais e indispensáveis para o homem moderno que necessita o quanto antes de um ambiente escolar extremamente significativo e construtivo, levando-o o mais próximo possível à realidade e a um desenvolvimento integral.
O desenvolvimento das novas tecnologias da informação e comunicação nas últimas décadas vem afetando todos os setores da sociedade, diminuindo as distâncias, minimizando esforços e tempo nas atividades diárias e, sobretudo, ampliando as possibilidades de acesso à informação.
No âmbito educacional, a disseminação do uso dessas novas tecnologias tem permitido agilizar os serviços administrativos e elaborar materiais didáticos. No entanto, há uma grande expectativa quanto às possibilidades de assessoramento desses recursos no processo de ensino e aprendizagem, o que irá produzir grande impacto no aprender a aprender.
A Geografia, sem deixar de ser uma ciência da cultura, é um leque aberto para colocar em prática o processo de observação, análise, interpretação, sugestões e propostas.
É importante reconhecer que a aprendizagem do aluno ocorre sob orientação do professor, trabalhando, operando, executando, analisando, comparando, explicando, opinando e debatendo sobre o assunto.
O objetivo da inclusão digital é aumentar o leque de conhecimento do aluno, de forma a relacionar o cotidiano com os assuntos aplicados em sala de aula, possibilitando uma melhor compreensão, desenvolvendo uma análise crítica que pode ser explorada através de debates.
Como exemplo, vamos abordar a “Educação Ambiental” como tema de pesquisa e debate.
Nestes tempos em que a informação assume um papel cada vez mais relevante, ciberespaço, multimídia, internet, a educação para a cidadania representam a possibilidade de motivar e sensibilizar as pessoas para transformar as diversas formas de participação na defesa da qualidade de vida. Nesse sentido cabe destacar que a educação ambiental assume cada vez mais uma função transformadora, na qual a co-responsabilização dos indivíduos torna-se um objetivo essencial para promover um novo tipo de desenvolvimento – o desenvolvimento sustentável. Entende-se, portanto, que a educação ambiental é condição necessária para modificar um quadro de crescente degradação socioambiental, mas ela ainda não é suficiente, o que, no dizer de Tamaio (2000), se converte em “mais uma ferramenta de mediação necessária entre culturas, comportamentos diferenciados e interesses de grupos sociais para a construção das transformações desejadas”. O educador tem a função de mediador na construção de referenciais ambientais e deve saber usá-los como instrumentos para o desenvolvimento de uma prática social centrada no conceito da natureza.
Segundo Reigota (1998), a educação ambiental aponta para propostas pedagógicas centradas na conscientização, mudança de comportamento, desenvolvimento de competências, capacidade de avaliação e participação dos educandos.
Para Pádua e Tabanez (1998), a educação ambiental propicia o aumento de conhecimentos, mudança de valores e aperfeiçoamento de habilidades, condições básicas para estimular maior integração e harmonia dos indivíduos com o meio ambiente.
A educação ambiental surge como um conjunto de ações que buscam conciliar desenvolvimento, preservação ambiental e melhoria da qualidade de vida do ser humano.
Cascino (1999), destaca a elaboração do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e responsabilidade Global, durante a realização da ECO-92, que diz o seguinte:
“A educação ambiental deve tratar das questões globais críticas, suas causas e inter-relações em uma perspectiva sistêmica, em seu contexto social e histórico. Aspectos primordiais relacionados com o desenvolvimento e o meio ambiente, tais como população, saúde, paz, direitos humanos, democracia, fome, degradação da flora e da fauna, devem ser abordados dessa maneira.” (Cascino, 1999, p.45)
A educação ambiental deve levar o homem a viver em harmonia com a natureza, passando pela participação de todos os cidadãos na solução e prevenção de problemas ambientais. Para isso, é necessário compreender o ambiente, a relação dinâmica que existe entre os ecossistemas naturais e os sistemas sociais.
A educação ambiental, como tantas outras áreas de conhecimento, pode assumir, assim, “uma parte ativa de um processo intelectual, constantemente a serviço da comunicação, do entendimento e da solução dos problemas” (Vigotsky, 1991). Trata-se de um aprendizado social, baseado no diálogo e na interação em constante processo de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e significados, que podem se originar do aprendizado em sala de aula ou da experiência pessoal do aluno. Assim, a escola pode transformar-se no espaço em que o aluno terá condições de analisar a natureza em um contexto entrelaçado de práticas sociais, parte componente de uma realidade mais complexa e multifacetada. O mais desafiador é evitar cair na simplificação de que a educação ambiental, deve-se aprender a investigar o cotidiano do aluno para que os ensinamentos não distancie da realidade social de cada aluno. Cabe sempre enfatizar a historicidade da concepção de natureza (Carvalho, 2001), o que possibilita a construção de uma visão mais abrangente (geralmente complexa, como é o caso das questões ambientais) e que abra possibilidades para uma ação em busca de alternativas e soluções.
Através desta investigação sobre o cotidiano do aluno, deve-se abordar primeiramente relacionamento conhecidos pelos discentes, depois, com embasamento teórico, ou seja, conhecimento do assunto a ser abordado, o docente passa a assuntos que envolvam mais conhecimento, sempre utilizando linguagem de fácil interpretação a fim de dar segurança e facilitar a assimilação do discente.
Para que se possa ministrar uma boa aula, em nosso caso sobre “Meio Ambiente”, o docente não pode apenas “despejar” seu conhecimento sobre os alunos, e sim discorrer sobre o assunto de modo a instigar a curiosidade e a criticidade dos mesmos. Nesse caso, como uma grande ferramenta de auxilio, entra o acesso ao “Mundo Digital”.
Aproveitando esta ferramenta, o docente deve despertar nos alunos o interesse em utilizar a internet para melhoria de seus conhecimentos, todavia, sabemos que no mundo atual, essa “pesquisa por conhecimento” deve ser direcionada através de determinados trabalhos e/ou busca por fatos atuais que gerem base para discussões em sala de aula.
Essas discussões ou debates, devem também ser direcionados de acordo com uma coesão dos assuntos relacionados não só pelo professor mas pelos alunos, pois isso despertará o interesse em levantar dados para um melhor debate em sala de aula.
Mas como desencadear esse interesse?
Quando se fala em educação ambiental, o leque de assuntos que podem sem abordados é muito vasto, para isso, a preparação do docente é de fundamental importância. Uma aula bem preparada com recursos áudio visuais, fotos, filmes e etc, desperta o interesse do aluno e serve de ponto inicial para uma abordagem mais profunda. Outra chamativa para o conteúdo é a utilização da informática com recurso de pesquisa e conhecimento.
A organização do debate deve ser bem elaborada, tanto com relação aos assuntos que serão debatidos, como a estruturação/disposição dos alunos para que todos possam participar de maneira igualitária. O docente sempre deve oferecer meios, através de questionamentos ou adendos, para que os alunos possam formar e expor suas opiniões de maneira clara. O ponto de vista de cada um deve ser respeitado, fazendo-se ressalvas em pontos de controvérsias, deixando que os questionamentos contrários e dúvidas fluam da melhor maneira possível. No final, o docente deve colocar algumas disposições como arremate do assunto, visando esclarecer a importância deste pequeno evento criado para instigar o conhecimento. Esse processo de aprendizagem, é sem dúvida alguma, um ótimo instrumento de ensino, mas exige uma preparação do docente e principalmente dos alunos.
Voltando ao “Mundo Digital”, sabe-se que a tecnologia e a informática, por si só, não constituem fórmula milagrosa para as dificuldades educacionais, mas possibilitam um novo caminho a ser buscado, fazendo com que a tecnologia seja implantada no ambiente escolar indispensável e essencial para o homem e sua formação.
É importante que se estimule o educando a indagar o porquê das coisas para o mesmo não se conformar com a simples situação dos fatos, mas partir para uma análise criteriosa com uma visão crítica.
Conduzindo o ensino dessa forma, a Geografia estará contribuindo para preparar o indivíduo para a sociedade e a prática da boa cidadania.

Palavras-chaves: geografia, debate, informatização, educação ambiental.

Referências Bibliográficas

CARVALHO, I. A Invenção ecológica. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2001
CASCINO, F. Educação ambiental: princípios, história, formação de professores. São Paulo. Editora SENAC São Paulo, 1999.
OLIVEIRA, M. A. M. e VALLADARES, R. de C. C. O uso da informática na sala de aula: caminhos e descaminhos. Presença Pedagógica. Belo Horizonte, MG: Dimensão. v.5, n. 26, mar/abr., 1999.
PÁDUA, S.; TABANEZ, M. (orgs.). Educação ambiental: caminhos trilhados no Brasil. São Paulo: Ipê, 1998.
REIGOTA, M. Desafios à educação ambiental escolar. In: JACOBI, P. et al. (orgs.). Educação, meio ambiente e cidadania: reflexões e experiências. São Paulo: SMA, 1998. p.43-50.
TAMAIO, I. A Mediação do professor na construção do conceito de natureza. Campinas, 2000. Dissert.(Mestr.) FE/Unicamp.
VIGOTSKY, L. A Formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

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