domingo, 3 de junho de 2012

Oficina de maquete de relevo

Esta proposta foi publicada nos Anais da VIII Semana de Geografia: Geografia e a Questão Ambiental e V Jornada Científica do Curso de Geografia. ISSN 2238-3816, UENP, Cornélio Procópio – PR, 2012.
O USO DA OFICINA COMO DINÂMICA DE GRUPO NAS AULAS DE GEOGRAFIA – MAQUETE DO RELEVO
TAKASE, ANA. C. F.[1]
IZIDRO, HELIETE. F. C.[2]
PELEGRINI, PAULA. R.[3]
OLIVEIRA, LUANE. K.[4]
AGUILERA. KARINA[5]   
OLIVEIRA, JULLY G. R[6]

Palavra chave: Ensino, Dinâmica, Oficina, Cartografia e Geografia.
Introdução
Atualmente muito se discute quanto à questão do ensino/aprendizagem no cotidiano escolar, pois inúmeras são as mudanças ocorridas neste processo. Partindo desta premissa, a disciplina de geografia tem buscado acompanhar essa evolução com o intuito de auxiliar o educando a construir um conhecimento significativo sobre o meio em que está inserido, por meio de atividades diferenciadas.
Nesta perspectiva o presente trabalho tem por objetivo debater a dinâmica em grupo - Oficina no processo de ensino-aprendizagem de Geografia e em específico apresentar uma proposta didática com o uso da mesma em sala de aula, contemplando a construção de uma maquete.

Sendo assim este estudo será discutido em três fases, no primeiro momento será apresentada a importância do ensino de geografia na atualidade, no segundo momento será exposto a relevância das dinâmicas em grupo para construir o conhecimento junto aos educandos e no terceiro e ultimo momento será apresentado a técnica da oficina como recurso didático para o ensino de Geografia em sala de aula. Para responder tais questionamentos serão utilizadas bibliografias específicas da área de ensino e de ensino de Geografia.
Neste sentido o presente artigo busca lançar um novo olhar sobre os saberes e as praticas educativas, contribuindo para o desenvolvimento educacional do educando, levando o leitor a refletir como a dinâmica em grupo, quando bem direcionada, aprimora o conhecimento fixando o conteúdo de forma significativa, onde o aluno aprende vivenciando as relações entre conteúdo teórico e a prática.


O Ensino de Geografia e a Oficina como Dinâmica em Grupo

Nos dias atuais o ato de educar tem exigido que o professor aperfeiçoe métodos de ensino/aprendizagem, pois a tecnologia e a sociedade atual vem evoluindo significativamente, transformando o ambiente escolar em um lugar dinâmico e questionador.
No entanto, segundo os PCN’s (BRASIL,1998, p. 135) é possível trabalhar com o ensino de geografia de forma dinâmica e instigante para os alunos, criando situações que problematizem diferentes espaços geográficos, materializando em paisagem, lugares, regiões e território, construindo um conhecimento que relacione o presente com o passado, específico com o geral e individual com o coletivo, de forma que promova no educando domínio de procedimentos que contribuam para a leitura e explicação de lugares e paisagens.
Assim, para Cavalcanti a “finalidade de ensinar geografia para as crianças e jovens deve ser justamente a de os ajudar a forma raciocino e concepção mais articulados e aprofundados a respeito do espaço”, ou seja, para que os educandos percebam as transformações que ocorre a sua volta, o ensino de geografia é fundamental na formação do cidadão perceptivo, critico e reflexivo.
Desta forma, o ensino de geografia permite que o indivíduo se perceba como parte integrante da sociedade, utilizando-se das dinâmicas de grupo como fonte de desenvolvimento do cidadão consciente de seus atos perante a sociedade.
Sendo assim, a dinâmica de grupo é uma ferramenta de ensino que vem auxiliar o entendimento do conhecimento geográfico, haja vista que durante a sua realização e construção coletiva, desenvolve a observação, a socialização, a cooperação, o dialogo, e acumula experiências para o desenvolvimento do educando. Como afirma Bordenave e Pereira (1978) às dinâmicas em grupo são técnicas flexíveis ou ferramentas que o professor pode modificar ou adaptar como bem entender, promovendo no aluno um momento de interação junto à classe. Sendo a oficina uma das técnicas que pode ser utilizada pelo professor, com o objetivo de desenvolver e melhorar habilidade e eficiência do educando, a partir um trabalho em conjunto sob a orientação de especialista.

 Exemplo de Oficina – Construção de maquete da microbacia hidrográfica do córrego de São Bento. Uraí- PR.

Diante do supracitado, será apresentada uma proposta de construção de Oficina de maquete da microbacia hidrográfica do córrego São bento, localizado no Município de Uraí, Região do Norte Pioneiro Novo do Estado do Paraná, para ser aplicada no 1º Ano do Ensino Médio. Por meio desta dinâmica será trabalhado o conteúdo de Bacia Hidrográfica, Relevo e também a alfabetização cartográfica, pois envolve atividades de representação tridimensional do espaço, escala cartográfica, bem como simbolização e construção de legenda, colocando o aluno como mapeador consciente.
Para a realização desta dinâmica faz se necessário utilizar-se de aproximadamente duas ou três semanas. Nas primeiras aulas o professor deverá realizar uma explicação sobre o conteúdo de Bacia Hidrográfica e Relevo. Posteriormente a sala deverá ser dividida em números menores para que os mesmo construam a maquete em sala de aula orientado pelo professor. Os materiais necessários para realização são: carta topográfica (levar um recorte de uma bacia hidrográfica com as principais curvas de nível), cola para E.V.A, caneta, E.V.A colorido, pape carbono e tesoura.
Procedimento metodológico para construção de maquete:
Passo 01: o professor deverá selecionar uma Bacia hidrográfica em uma carta topográfica, contendo as respectivas curvas de nível com suas cotas altimétricas.
Passo 02: os alunos junto com o professor deverão analisar a carta, verificar as cotas altimétricas que aparecem na região e estabelecer classes de relevo (construção da legenda) para a bacia hidrográfica (o intervalo das classes pode ser o mesmo que a equidistância, por exemplo, se a equidistância for de 20 em 20m de uma curva a outra e a bacia hidrográfica apresentar uma variação altimétrica de 100m, sendo 300m a nível do rio e 400m no topo da vertente, pode-se então fazer as classes da seguinte forma: rio, 300m, 320m, 340m, 360m, 380m e 400m.
Passo 3: copiar a carta topográfica no E.V.A e recortar as classes de relevo como se apresenta. Sendo que a representação do rio de ser no E.V.A azul, o relevo na cota de 320m no E.V.A verde e assim sucessivamente, até que a última classe tenha o recorte em E.V.A marrom. As cores na maquete foram estabelecidas conforme explicado por Nogueira (2008) colocando tons claros para as áreas de menor altitude e escuros para as áreas de maior altitude respeitando o círculo de cores.
Passo 4: colar os recortes de E.V.A em base de papelão revestida com papel  dobradura.
Passo 5: completar a maquete colocando em sua volta a legenda, fonte dos dados, nome dos organizadores e orientação (rosa dos ventos) e título. Finalmente a maquete do relevo da bacia hidrográfica estará construída.

Entretanto no decorrer da atividade pode se haver algumas limitações quanto aos recursos, tempo e aceitação da turma para a realização da dinâmica, porém é necessário driblar as dificuldades, utilizando recursos alternativos para conduzir a atividade, fazendo uso do reaproveitamento de materiais, tais como: recorte de revistas com cores diferenciadas que lembram as cores do E.V.A, o papelão no lugar do E.V.A, isopor doado por lojas no lugar dos comprados, bem como pode-se trabalhar em conjunto com outros professores como o de artes para melhor incentivar a realização da dinâmica.
 Observa-se que com esta atividade os educandos constroem melhor o conceito de relevo e variação da altimetria, bem como participam do processo de alfabetização cartográfica. Como afirma Nacke e Martins (2009, p.12):“A metodologia propõe que os conteúdos específicos sejam trabalhados de forma crítica e dinâmica, integrando teoria e prática, utilizando a cartografia como ferramenta essencial, possibilitando, assim, transitar por diferentes escalas espaciais, ou seja, do local para o global e vice-versa”.
A construção do conhecimento cartográfico no ensino de geografia é relevante pois “a aprendizagem dos mapas tem sido bastante analisada por vários estudiosos, tendo sido vista como um sistema de codificação e decodificação, como a intenção de criar ao aluno algumas pré-condições para ele ler e escrever geograficamente” (KIMURA, 2008, p.114).
Considerações finais
Buscou-se com este trabalho fazer uma reflexão sobre a relevância do ensino de geografia e as dinâmicas de grupo como instrumento de ensino fundamental para o desenvolvimento de uma aula diferenciada ao qual o professor e o aluno interagem e contribuem de forma significativa na construção do conhecimento.
 Pois quando se trabalha o conteúdo cartográfico em sala de aula com objetivos claros o professor dinamiza suas aulas e o aluno percebe a interdependência dos fenômenos presentes em determinados espaços, nos quais juntos compreenderam como a oficina é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento do ensino/aprendizagem.
Referências bibliográficas.
BORDENAVE, J. D; PEREIRA, A. M. Estratégias de Ensino e Aprendizagem. Petrópolis, Vozes.1978.
BRASIL. Secretária de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Geografia. Brasília, 1998.
KIMURA, S. Geografia no ensino básico: questões e propostas. São Paulo: Contexto, 2008.
NACKE, S. M. M; Martins, G. Maquete cartográfica como recurso pedagógico no ensino médio. Disponível em: www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br. Acesso em: 30 de março de 2012.
NOGUEIRA, R. E. Cartografia: representação, comunicação e visualização de dados espaciais. Florianópolis: Editora da UFSC, 2008.

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