Esta proposta foi publicada nos Anais da
VIII Semana de Geografia: Geografia e a Questão Ambiental e V Jornada
Científica do Curso de Geografia. ISSN 2238-3816, UENP, Cornélio Procópio – PR,
2012.
TÉCNICA PHILLIPS 66 = UMA PROPOSTA PARA SER
UTILIZADA NO ENSINO DE GEOGRAFIA.
Palavras – chave: Dinâmica em Grupo; Mundo
Globalizado; Ensino Fundamental.
Este
trabalho tem por objetivo discutir o uso de técnica Phillips 66 no ensino de
Geografia e em específico propor uma atividade com o uso da mesma para ser
aplicada no 8º ano do Ensino fundamental para explicaR o conteúdo de “Mundo
Globalizado”.
A geografia
é uma área do conhecimento que se compromete em tornar o mundo mais
compreensível para o aluno, sendo assim ela têm o objetivo de levar para o
aluno conceitos que fazem parte de sua vida, como o espaço geográfico e, fazer
com que este indivíduo perceba a relação entre sociedade e a natureza (SANTOS,
1997).
As propostas
atuais de ensino destacam a importância de ouvir, conhecer o cotidiano, a
realidade dos alunos, e isso de maneira exclusiva faz parte das aulas de
geografia, para tanto é indispensável o uso técnicas e dinâmicas em grupos tais
como debates, seminários, painéis entre outros para melhorar o processo de
ensino-aprendizagem dos conteúdos.
Não basta ao
professor ser transferidor de conhecimentos, usando métodos unicamente
tradicionais, e fazer do ensino apenas um momento, mas sim continuidade de algo
que venha a influenciar direto ou indiretamente em sua vida. Entender, conhecer
a realidade dos alunos e contribuir para que ela entenda o conteúdo são
essenciais para um ensino de qualidade.
Para tanto
como tornar-se um grande professor diante de alunos, repletos de conhecimentos,
conteúdos, ideias e ideais para serem reveladas? Como ser um bom professor de
geografia dinâmico e fascinante?
Professores fascinantes contribuem para desenvolver
em seus alunos: capacidade de gerenciar os pensamentos, administrar as emoções,
ser líder de si mesmo [...] entender a mente do aluno e procurar respostas
incomuns, diferentes daquelas a que o jovem está acostumando. (CURY, 2003).
O papel do
professor é de “instruir” para que o aluno tenha capacidade de atingir metas,
únicas, e a produção do conhecimento. Para tanto é necessário que o professor
desenvolva capacidades em si primeiramente, ou seja, aprimorar seus
conhecimentos e tornar-se capacitado para o uso de novas técnicas para a
produção do conhecimento ou revelar conhecimentos escondidos, e isso só será
valido com a prática, através da experiência vivida através das atividades em
sala de aula.
[...] as atividades são os veículos usados pelo
professor para criar situações e abordar conteúdos que permitam ao aluno viver
as experiências necessárias para a própria transformação (BORDENAVE; PEREIRA,
1978).
Segundo Bordenave e Pereira (1978) para o professor
moderno a escolha das atividades de ensino é uma etapa importante da profissão,
pois é através disso que podem ser desenvolvidas capacidades no aluno, como:
observar, analisar, teorizar, sintetizar, aplicar e transferir o aprendido.
Segundo os autores há uma dependência entre os objetivos educacionais
estabelecidos pelo professor e as atividades de ensino.
O professor
pode encontrar dificuldades ao lançar novas técnicas de ensino, seja por não
saber como fazer, seja por medidas escolares rigorosas, ou por não conseguir
atingir tal meta na classe. Inúmeras são as técnicas a serem aplicadas em sala
de aula, porém inúmeras também são essas dificuldades, principalmente quando a
sala de aula é numerosa.
Quando a professora envolve todos os alunos
favorecendo os a pensar, dando lhes a oportunidade de expressarem livremente,
eles próprios tomam a iniciativa de fazer as perguntas que acabam por
enriquecer o conhecimento (MOYSÉS, 1994).
Diante
do exposto a Técnica chamada Phillips 66 torna-se um proposta interessante para
ser aplicada no ensino, principalmente nas aulas de geografia, para despertar
no aluno o fascínio de aprender a aprender, e transferir o que se sabe através
da troca. O método foi criado e
difundido por J. DONALD PHILLIPS. Recebeu o nome de 66 porque seis pessoas
discutem o assunto durante 6 minutos (um minuto para cada pessoa). Em essência,
o método consiste na divisão do grande grupo em pequenas frações de discussão
de 6 membros (BEAL; BOHLEN e RAUDABAUGH, 1967).
Sua função é
motivar uma discussão ordenada entre participantes, utilizada principalmente
quando há um grande numero de alunos em sala de aula. Esta técnica promove uma
abertura para discussão, opiniões, tomada de decisões, fixação da aprendizagem
e até mesmo como avaliação, podendo ser aplicada no inicio da aula - retomando
a aula anterior - no decorrer da aula, após uma exposição, por exemplo, ou no
final da aula como fixação.
De acordo
com Bordenave e Pereira (1978) esta técnica
tem os seguintes procedimentos: a) O professor expõe claramente a questão,
solicitando a colaboração de todos; b) Divisão da turma em grupos de seis
alunos, solicitando que cada grupo escolha o seu orientador e o seu porta-voz;
c) os grupos discutem as suas idéias, devendo o porta-voz anotar as conclusões;
d) caso o entusiasmo seja muito, o professor poderá conceder mais alguns
minutos, além dos seis iniciais; e) encerrada a discussão, o professor dá a
palavra aos vários grupos, que transmitem as suas conclusões; f) o professor
examina o material obtido, através de sugestões e com a participação de toda a
turma, no sentido de se alcançarem conclusões aceites por todos ou pela maioria
e g) os temas são determinados pelo professor (coordenador) e as conclusões que
ambos os grupos expuseram.
A seguir
será apresentada uma proposta de ensino utilizando a técnica Phillips 66. Esta
técnica deverá ser aplicada no 8º ano do Ensino Fundamental para explicar o
conteúdo de “Mundo Globalizado”. Inicialmente divide-se a sala em grupos de
seis alunos, onde cada grupo recebe um assunto relacionado ao conteúdo.
1. Comunidade
global, o que é isso?
2. Revolução
tecnológica e formação do espaço global;
3. Globalização
e desigualdade;
4. Consumo
e meio ambiente.
Diante do
assunto, os grupos debateram sobre seu conteúdo e elegeram um relator para
falar a síntese do tema.
O grupo teve
seis minutos para discutir o assunto proposto e o relator anotou os pontos
principais dessa discussão entre os seis elementos do grupo, que posteriormente
foi exposto entre os demais grupos.
Ao faltar um
minuto para esgotar os seis minutos, o coordenador informa aos grupos -
caso haja empolgação nessa discussão entre os grupos, o coordenador pode
conceder mais alguns minutos.
Esgotado o
tempo, o coordenador pede que o relator exponha os pontos principais discutidos
entre o seu grupo, seja oralmente, seja através do quadro negro. A partir
daí, vai iniciar-se uma discussão com o coordenador de todas as conclusões
obtidas.
Diante das
conclusões discutidas pelos pequenos grupos o professor vai tentar alcançar
conclusões que serão aceitas por todos e assim vai finalizar a técnica.
O uso da
técnica Phillips 66 pode contribuir para o melhor aprendizado dos alunos, diálogo entre professor/ aluno e
entre os alunos, podendo ao profissional atingir objetivos ao ensinar, além de
tornar a aula mais sugestiva, interessante e aberta a debates. Embora,
conclui-se que, as técnicas de ensino não são simplesmente um método para
melhor ensinar – alternativo ou sugestivo, mas também uma maneira do professor
conhecer seus alunos, a aprender com eles ao mesmo tempo que se trasfere o que
sabe, diagnosticar o como, o que, e o porque ensinar isto ou aquilo, sendo as
técnicas um guia do sucesso educacional.
A Técnica Phillips 66, traz essa inovação que muitos professores de geografia e
áreas afins desconhecem. Revelar talentos de forma harmoniosa, flexível,
conhecendo os alunos. Antes de se pensar em fracassar na sala de aula, devemos
pensar no sucesso, pois o sucesso começa com a participação, interação e
diálogo na relação professor aluno.
O professor passa a ser fascinante quando o aluno deixa de ser um
espectador e passa a ser um ator no palco da vida. Por mais que a vida em
sociedade possa dar oportunidades de se expressarem, é na sala de aula que tudo
se inicia, ali que se produz, é o primeiro contado com o conhecimento, esse é o
grande objetivo da Técnica Phillips 66, unir estratégias inovadas para a
produção do conhecimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEAL, G.M.; BOHLEN, J.M.; RAUDABAUGH, J. N. Liderança e Dinâmica de
grupo. Rio de Janeiro. Zahar,1967.
BORDENAVE,
J. D.; PEREIRA, A. M. Estratégias de
Ensino e aprendizagem. Petrópolis. Vozes, 1978.
CURY, Augusto. Pais
Brilhantes, Professores Fascinantes. Rio de Janeiro. Sextante, 2003.
EXPOENTE, Geografia.
Ensino Fundamental. Curitiba. Centro de Excelência em Educação Expoente
Desenvolvimento de Produtos Pedagógicos, 2008.
MOYSÉS, Lucia Maria. O Desafio de Saber Ensinar. Campinas. Papirus, 1994.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço.
Técnica e Tempo. Razão e Emoção. São Paulo: Hucitec, 1997.
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