domingo, 3 de junho de 2012

TÉCNICA PHILLIPS 66 PARA ENSINAR GEOGRAFIA

Esta proposta foi publicada nos Anais da VIII Semana de Geografia: Geografia e a Questão Ambiental e V Jornada Científica do Curso de Geografia. ISSN 2238-3816, UENP, Cornélio Procópio – PR, 2012.

TÉCNICA PHILLIPS 66 = UMA PROPOSTA PARA SER UTILIZADA NO ENSINO DE GEOGRAFIA.
DYBAS, Aline C. de Moura
SANTOS, Josiele Andréa
SANTOS, Laís Lemes
OLIVERIA, Jully G. Retzlaf
Palavras – chave: Dinâmica em Grupo; Mundo Globalizado; Ensino Fundamental.
Este trabalho tem por objetivo discutir o uso de técnica Phillips 66 no ensino de Geografia e em específico propor uma atividade com o uso da mesma para ser aplicada no 8º ano do Ensino fundamental para explicaR o conteúdo de “Mundo Globalizado”.
A geografia é uma área do conhecimento que se compromete em tornar o mundo mais compreensível para o aluno, sendo assim ela têm o objetivo de levar para o aluno conceitos que fazem parte de sua vida, como o espaço geográfico e, fazer com que este indivíduo perceba a relação entre sociedade e a natureza (SANTOS, 1997).
As propostas atuais de ensino destacam a importância de ouvir, conhecer o cotidiano, a realidade dos alunos, e isso de maneira exclusiva faz parte das aulas de geografia, para tanto é indispensável o uso técnicas e dinâmicas em grupos tais como debates, seminários, painéis entre outros para melhorar o processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos.  
Não basta ao professor ser transferidor de conhecimentos, usando métodos unicamente tradicionais, e fazer do ensino apenas um momento, mas sim continuidade de algo que venha a influenciar direto ou indiretamente em sua vida. Entender, conhecer a realidade dos alunos e contribuir para que ela entenda o conteúdo são essenciais para um ensino de qualidade.
Para tanto como tornar-se um grande professor diante de alunos, repletos de conhecimentos, conteúdos, ideias e ideais para serem reveladas? Como ser um bom professor de geografia dinâmico e fascinante?
Professores fascinantes contribuem para desenvolver em seus alunos: capacidade de gerenciar os pensamentos, administrar as emoções, ser líder de si mesmo [...] entender a mente do aluno e procurar respostas incomuns, diferentes daquelas a que o jovem está acostumando. (CURY, 2003).
O papel do professor é de “instruir” para que o aluno tenha capacidade de atingir metas, únicas, e a produção do conhecimento. Para tanto é necessário que o professor desenvolva capacidades em si primeiramente, ou seja, aprimorar seus conhecimentos e tornar-se capacitado para o uso de novas técnicas para a produção do conhecimento ou revelar conhecimentos escondidos, e isso só será valido com a prática, através da experiência vivida através das atividades em sala de aula.
[...] as atividades são os veículos usados pelo professor para criar situações e abordar conteúdos que permitam ao aluno viver as experiências necessárias para a própria transformação (BORDENAVE; PEREIRA, 1978). 
Segundo Bordenave e Pereira (1978) para o professor moderno a escolha das atividades de ensino é uma etapa importante da profissão, pois é através disso que podem ser desenvolvidas capacidades no aluno, como: observar, analisar, teorizar, sintetizar, aplicar e transferir o aprendido. Segundo os autores há uma dependência entre os objetivos educacionais estabelecidos pelo professor e as atividades de ensino. 
O professor pode encontrar dificuldades ao lançar novas técnicas de ensino, seja por não saber como fazer, seja por medidas escolares rigorosas, ou por não conseguir atingir tal meta na classe. Inúmeras são as técnicas a serem aplicadas em sala de aula, porém inúmeras também são essas dificuldades, principalmente quando a sala de aula é numerosa.
Quando a professora envolve todos os alunos favorecendo os a pensar, dando lhes a oportunidade de expressarem livremente, eles próprios tomam a iniciativa de fazer as perguntas que acabam por enriquecer o conhecimento (MOYSÉS, 1994).
 Diante do exposto a Técnica chamada Phillips 66 torna-se um proposta interessante para ser aplicada no ensino, principalmente nas aulas de geografia, para despertar no aluno o fascínio de aprender a aprender, e transferir o que se sabe através da troca. O método foi criado e difundido por J. DONALD PHILLIPS. Recebeu o nome de 66 porque seis pessoas discutem o assunto durante 6 minutos (um minuto para cada pessoa). Em essência, o método consiste na divisão do grande grupo em pequenas frações de discussão de 6 membros (BEAL; BOHLEN e RAUDABAUGH, 1967).
Sua função é motivar uma discussão ordenada entre participantes, utilizada principalmente quando há um grande numero de alunos em sala de aula. Esta técnica promove uma abertura para discussão, opiniões, tomada de decisões, fixação da aprendizagem e até mesmo como avaliação, podendo ser aplicada no inicio da aula - retomando a aula anterior - no decorrer da aula, após uma exposição, por exemplo, ou no final da aula como fixação.
De acordo com Bordenave e Pereira (1978) esta técnica tem os seguintes procedimentos: a) O professor expõe claramente a questão, solicitando a colaboração de todos; b) Divisão da turma em grupos de seis alunos, solicitando que cada grupo escolha o seu orientador e o seu porta-voz; c) os grupos discutem as suas idéias, devendo o porta-voz anotar as conclusões; d) caso o entusiasmo seja muito, o professor poderá conceder mais alguns minutos, além dos seis iniciais; e) encerrada a discussão, o professor dá a palavra aos vários grupos, que transmitem as suas conclusões; f) o professor examina o material obtido, através de sugestões e com a participação de toda a turma, no sentido de se alcançarem conclusões aceites por todos ou pela maioria e g) os temas são determinados pelo professor (coordenador) e as conclusões que ambos os grupos expuseram.
A seguir será apresentada uma proposta de ensino utilizando a técnica Phillips 66. Esta técnica deverá ser aplicada no 8º ano do Ensino Fundamental para explicar o conteúdo de “Mundo Globalizado”. Inicialmente divide-se a sala em grupos de seis alunos, onde cada grupo recebe um assunto relacionado ao conteúdo.
1.     Comunidade global, o que é isso?
2.     Revolução tecnológica e formação do espaço global;
3.     Globalização e desigualdade;
4.     Consumo e meio ambiente.
Diante do assunto, os grupos debateram sobre seu conteúdo e elegeram um relator para falar a síntese do tema.
O grupo teve seis minutos para discutir o assunto proposto e o relator anotou os pontos principais dessa discussão entre os seis elementos do grupo, que posteriormente foi exposto entre os demais grupos.
Ao faltar um minuto para esgotar os seis minutos, o coordenador  informa aos grupos - caso haja empolgação nessa discussão entre os grupos, o coordenador pode conceder mais alguns minutos.
Esgotado o tempo, o coordenador pede que o relator exponha os pontos principais discutidos entre o seu grupo, seja oralmente, seja através do quadro negro.  A partir daí, vai iniciar-se uma discussão com o coordenador de todas as conclusões obtidas.
Diante das conclusões discutidas pelos pequenos grupos o professor vai tentar alcançar conclusões que serão aceitas por todos e assim vai finalizar a técnica.
O uso da técnica Phillips 66 pode contribuir para o melhor aprendizado dos alunos,  diálogo entre professor/ aluno e entre os alunos, podendo ao profissional atingir objetivos ao ensinar, além de tornar a aula mais sugestiva, interessante e aberta a debates. Embora, conclui-se que, as técnicas de ensino não são simplesmente um método para melhor ensinar – alternativo ou sugestivo, mas também uma maneira do professor conhecer seus alunos, a aprender com eles ao mesmo tempo que se trasfere o que sabe, diagnosticar o como, o que, e o porque ensinar isto ou aquilo, sendo as técnicas um guia do sucesso educacional.
            A Técnica Phillips 66, traz essa inovação que muitos professores de geografia e áreas afins desconhecem. Revelar talentos de forma harmoniosa, flexível, conhecendo os alunos. Antes de se pensar em fracassar na sala de aula, devemos pensar no sucesso, pois o sucesso começa com a participação, interação e diálogo na relação professor aluno.
             O professor passa a ser fascinante quando o aluno deixa de ser um espectador e passa a ser um ator no palco da vida. Por mais que a vida em sociedade possa dar oportunidades de se expressarem, é na sala de aula que tudo se inicia, ali que se produz, é o primeiro contado com o conhecimento, esse é o grande objetivo da Técnica Phillips 66, unir estratégias inovadas para a produção do conhecimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEAL, G.M.; BOHLEN, J.M.; RAUDABAUGH, J. N. Liderança e Dinâmica de grupo. Rio de Janeiro. Zahar,1967.
BORDENAVE, J. D.; PEREIRA, A. M. Estratégias de Ensino e aprendizagem. Petrópolis. Vozes, 1978.
CURY, Augusto. Pais Brilhantes, Professores Fascinantes. Rio de Janeiro. Sextante, 2003.
EXPOENTE, Geografia. Ensino Fundamental. Curitiba. Centro de Excelência em Educação Expoente Desenvolvimento de Produtos Pedagógicos, 2008.
MOYSÉS, Lucia Maria. O Desafio de Saber Ensinar. Campinas. Papirus, 1994.
SANTOS, Milton. natureza do espaço. Técnica e Tempo. Razão e Emoção. São Paulo: Hucitec, 1997.






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